Pela televisão ou no estádio, a torcida pode ter ficado em dúvida. Mas a verdade pode acordar tarde, mas não pipoca.Quem entregou a marmelada foi um computador da Universidade de Oxford. Só que a dedada veio quando o século já estava com seus dias contados, depois de 30 anos em que os anfitriões venceram o jogo por 4 a 2.
Gérson, o "canhotinha de ouro" |
O Brasil daquela Copa só se lembra da seleção portuguesa e de seu atacante Eusébio, artilheiro da competição com nove gols. Também não dava pra lembrar muito mais, tamanha a zona que os dirigentes fizeram com a seleção, eufóricos com o que acontecera nas duas edições anteriores da Copa em que a equipe fez a festa maior.
O torcedor desavisado, que lesse nos jornais sobre da estréia da seleção nacional, que vencera a Bulgária por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha, talvez tivesse achado que tinha ficado louco. Aquele jornal que se dizia de 1966 parecia com algum de 62 ou 58, ano em que os craques brasileiros mostraram a cara para o mundo.
Louco de vez ficaria o torcedor se fosse depois acompanhar de perto os brasileiros. A vitória seria óbvia, arriscava o torcedor. Afinal, lá estariam cinco campeões da última Copa, entre eles Pelé e Garrincha. Mas no jogo seguinte, contra a Hungria, em que o torcedor estava alegre e feliz com seus saquinhos de pipoca na arquibancada para assistir os craques de amarelo, os húngaros é que se deram melhor e venceram por 3 a 1.
Tostão |
Que azar, matutou o torcedor, os brasileiros estavam dormindo em campo. Mas na próxima eles acordam. E a partida seguinte foi com os portugueses, treinados pelo brasileiro Otto Glória. Desapontado, o torcedor viu os portugueses vencerem por 3 a 1, e o Brasil dar adeus à Copa.
Portugal foi até às semifinais, conduzido por Eusébio. Mas cai diante da Inglaterra, por 2 a 1. Na outra semifinal, a Alemanha bateu a União Soviética por 2 a 1 e foi verificar o que os anfitriões tinham para mostrar. Eles mostraram um público de quase 100 mil pessoas e um juiz suíço com problemas de visão, que deu um gol em que a bola bateu um centímetro e meio antes da linha e foi fundamental para a vitória inglesa por 4 a 2.
Os anfitriões só demoraram um pouco para mostrar os arquivos do computador da Universidade de Oxford que dedava a falha do juiz: 30 anos.
Com a saída prematura da seleção brasileira, terminava uma história que havia começado com uma listinha de 43 nomes para a fase de preparação. Ou seja, metade do grupo teria de cair fora antes da Copa. Mais: nos três jogos que disputou, o Brasil colocou para jogar 20 dos 22 atletas inscritos. Uma segurança total. Sorte que ali estavam Gérson, Tostão, Jairzinho e Pelé, que teriam fôlego para mais uma Copa.
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