sábado, 1 de junho de 2013

Caxirola, a esquecida


A caxirola veio ao mundo pelas mãos do músico baiano Carlinhos Brown. Subiu a palcos, fez farra, chacoalhou-se à vontade e recebeu até elogios da presidente Dilma. A caxirola surgiu para algazarrar a festa, como a vuvuzela fizera na Copa da África.

A Fifa tratou logo de transformar o instrumento em produto oficial da Copa das Confederações deste ano e da Copa do Mundo de 2014. E a estreia do chocalho - inspirado no caxixi, chocalho de palha trançada do berimbau - aconteceu na terra de Brown no jogo entre Bahia e Vitória no fim de abril.

O músico Carlinhos Brown exibe um time caxirolas
 
A festa estava armada. E foram distribuídas gratuitamente na Arena Fonte Nova, em Salvador, 50 mil exemplares para a torcida. O Vitória ganhou por 2 a 1, um mês depois de ter nocauteado o Bahia por 5 a 1. Começou a azedar a festa.
A galera do Bahia não gostou da história e pôs a culpa na caxirola. Insatisfeitos, os torcedores tricolores atiraram os chocalhos no gramado como se fossem radinhos de pilha arremessados em dia de fúria. O tumulto aconteceu ainda no primeiro tempo. Para que a bola continuasse a rolar, os próprios jogadores do Bahia tiveram que se livrar dos chocalhos de plástico do campo de jogo. E a Fifa começou a coçar a cabeça.


Jogadores do Bahia apanham caxirolas na Fonte Nova


A caxirola é um dos 1.500 produtos oficiais das Copas do Mundo e das Confederações. Sob licença da Fifa, o instrumento é produzido pela multinacional The Marketing Store em parceria com a Globo Marcas, companhia das Organizações Globo que detém o direito de distribuição de todos os produtos.
Bem, os brasileiros que cuidam das próximas competições no Brasil ficaram temerosos que a caxirola pudesse bagunçar o jogo. Hilário Medeiros, o chefe de segurança do COL, resolveu partir então para a briga e anunciou na última segunda-feira que não seria permitida a entrada da caxirolas nos estádios durante os jogos oficiais da Fifa. A decisão, segundo ele, não era só dele e foi tomada em conjunto pelo COL e pelo governo federal. A Fifa coçou de novo a cabeça.
O Ministério do Esporte, segundo o UOL Esporte, soltou uma nota para explicar o caso: as palavras de Hilário não haviam sido muito bem entendidas, não existia posição oficial do governo federal sobre o assunto e a Secretaria Especial de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) só tinha uma avaliação preliminar que seria discutida na quarta-feira com todos os envolvidos  com a caxirola. 

Enquanto as notícias sobre a caxirola zanzavam em várias direções, os fabricantes informaram as autoridades do país e da Copa que uma nova versão do produto daria fim ao imbróglio. A caxirola agora seria mais leve, menos rígida e mais flexível; ou seja, seria uma peça mais amigável com os torcedores nos torneios da Fifa no Brasil.
Ontem o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deu um basta na conversa. E vetou de vez as caxirola, a “vuvuzela brasileira”. Cardozo disse que houve uma análise técnica sobre segurança do instrumento e avaliou que ele não é objeto adequado para comparecer em estádios de futebol. Sobrou pra caxirola.

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