Se Garrincha fosse vivo, ele iria gargalhar com a atrapalhação da farra espanhola no período em que a equipe ficou em Fortaleza durante a Copa das Confederações. O sexo em grandes competições sempre foi tratado com cuidado. É consenso que ele não não faz parte do que fora programado pelo preparador físico, mas jogadores e comissão técnica alcançaram a medida ideal: cuidado sem exageros é de bom tom. Foi assim descartada a chance de o jogador poder se contundir por falta de aquecimento na hora dos abraços mais entusiasmados.
Garrincha iria gargalhar com o que aconteceu com os espanhóis porque a disciplina em seu tempo era mais rigorosa com o assunto, mas era uma disciplina quase dorminhoca. Quando a seleção brasileira conquistou sua primeira Copa do Mundo, em 1958, a história foi diferente. Bem diferente. Pelo menos em relação ao sexo. Em outras questões, era mais complicado. Telefonemas para a família, só uma vez por semana. As cartas para os jogadores eram também censuradas, para que problemas corriqueiros não pudessem atrapalhar a concentração dos jogadores – sarna no cachorro da família, por exemplo. Só aqueles mais graves vazavam.
Mas a Suécia, já em 1958, olhava o sexo como o escovar de dentes. A concentração da seleção brasileira aconteceu em Hindas, no balneário Tourist Hotel, cercado de lagos e pinheirais. E, na vizinhança, pipocavam jovens loiras belíssimas, que tinham particular atração pelos negros; ou seja, batiam cílios pela maioria dos jogadores brasileiros.
A comissão técnica, preocupada com excessos, de cara dispensou as 28 empregadas do hotel, substituídas por marmanjos. Tentou ainda, sem sucesso, colocar roupa em uma ilha de nudismo, localizada bem próxima ao hotel. Os jogadores, que naquela época nem imaginavam aquele tipo de coisa, fincaram olhos na ilha à exaustão.
Feola, técnico da seleção brasileira |
Mas para os atletas, por mais insistente que fosse a observação, a distância impedia a nitidez das imagens. Até que alguém, dias depois da chegada à Suécia, tivesse a feliz ideia de comprar um binóculo, engenhoca que passou a ser endeusada na delegação brasileira.
A estadia da seleção no local não ficaria restrita ao voyeurismo. Logo as moças do local, no dia da semana liberado para o sexo da equipe, passaram a atirar pedrinhas nos vidros dos quartos dos seus jogadores preferidos. E a maioria delas levava os escolhidos para casa, apresentava aos pais e ia para o quarto namorar. Para embaralhar ainda mais a cabeça dos brasileiros, as jovens suecas levavam depois os jogadores para a sauna caseira, junto aos pais e irmãos. Todos nus. O sexo, na história do futebol, já foi mais descontraído.
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