quinta-feira, 4 de julho de 2013

Amarelinha ( parte 6)


Futebol brasileiro perde brilho e agora corre para retomar a magia

Seleção derrota o “complexo de vira-latas” 

O homem das piscinas encara o futebol


João Havelange nem bem esquentou a cadeira de diretor dos esportes aquáticos, quando, no meio do mandato, Corrêa da Costa resolveu ir pra seu escritório cuidar de negócios, e Havelange assumiu a vice-presidência da CBD para o período de 1956 e 1957. E, no ano seguinte, teria nova eleição na entidade, exatamente no ano em que seria realizada a Copa da Suécia. Pelos acordos políticos, só teria um homem naquela hora para disputar a presidência da CBD.


 
Havelange era agora parte da situação e se viu diante de uma oposição pesada de clubes cariocas: Carlito Rocha, indicado pelo Botafogo, e João Alves de Moraes, pelo Flamengo. E os adversários logo trataram de expor o lado vulnerável de Havelange, com os exageros de praxe. Diziam que não entedia nada de futebol, que os esportes aquáticos eram sua praia e que a única bola que ele conhecia era a de water-polo.
Mais do que rebater as críticas, João Havelange tratou de desfazer um antigo nó que emperrava o futebol brasileiro, a rixa entre cariocas e paulistas. Os dois Estados vinham de brigas homéricas desde 1930, e Havelange escolheu para vice de sua chapa o amigo paulista Paulo Machado de Carvalho, no qual identificou qualidades importantes que estiveram ausentes dos quadros anteriores da confederação.

 Machado de Carvalho e Pelé

A escolha de Machado de Carvalho, no entender de Havelange, resolvia questões fundamentais em sua campanha. Inicialmente colocava em sua chapa alguém que nunca poderia ser acusado de pouca intimidade com o futebol. Depois, incluiria um paulista pela primeira vez em posto-chave da CBD, o que significava trazer um possível inimigo político para seu lado.
Havelange teria também como companheiro um homem que serviria como escudo contra os ataques da oposição, já que o paulista era dono da TV Record e mantinha laços estreitos de relacionamento com os proprietários da TV Tupi - as duas eram as principais emissoras de televisão do Brasil.
Com a guarda montada para impedir uma avalanche de acusações desencadeadas pelo desmanche da estrutura de poder na CBD, as urnas receberam 19 votos para Carlito Rocha e 185 para João Havelange.
Com a goleada de votos, o novo presidente da CBD sentiu-se tranquilo para montar o grupo de trabalho para a Copa da Suécia. O que se viu em seguida foi uma delegação que trouxe pela primeira vez na organização de seleções um estafe de profissionais jamais cogitado para compor um time brasileiro de futebol.

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