A seleção convocou Ditão. E Ditão foi. Lógico que iria. Não é em qualquer hora que se é convocado para a seleção brasileira, poder vestir a camisa amarelinha, subir no avião, comer e beber as coisas que aquela moça bonita servia lá em cima, ver as nuvens cara a cara, ir bem longe, mandar carta para a mãe, fazer pose para a namorada. E a Copa seria naquele lugar que tinha até rainha, na Inglaterra. É claro que iria. Quem não riria?
Ditão, o corintiano |
Com certeza, a secretária da CBD, a CBF de 1966, não iria a lugar nenhum. Se ela sonhara em viajar um dia para a Inglaterra e secretariar os dirigentes durante o torneio, era melhor esquecer. Os homens estavam furiosos com ela. Na hora de datilografar a carta para os convocados, em vez de enviar a novidade para o zagueiro Ditão do Corinthians, ex-jogador da Portuguesa, enviou para outro Ditão, o zagueiro do Flamengo, irmão do xará do Timão, conforme relato de Marcelo Duarte, autor de O Guia dos Curiosos –Esportes, livro editado pela Cia. Das Letras.
Como avisar o jogador, familiares, amigos, torcida e companheiros de equipe que tudo havia sido um engano, uma trapalhada da secretária? A besteira já estava feita. E os cartolas revolveram não mexer na coisa. E Ditão, o Ditão do Flamengo, foi conhecer a terra da rainha no lugar do irmão, trocar ideias com a moça bonita do avião e mandar cartas para a mãe.
O Brasil foi eliminado logo no começo, e a Inglaterra foi campeã. Como ficou a cabeça de Ditão quando soube da história da carta ninguém ficou sabendo. Tanto o Ditão do Corinthians como o Ditão do Flamengo. Mas a notícia vazou.
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