Amaretinha ( parte 11 )
Futebol brasileiro perde brilho e corre para retomar a magia
Capítulo 1 - Seleção derrota o “complexo de vira-latas”
Seleção brasileira em tempos de 'zebra'
A delegação brasileira chegou em Gotemburgo, na Suécia, no dia dois de junho, e a cúpula do grupo sabia que no Brasil o ambiente não era totalmente favorável à seleção. Apesar de Paulo Machado de Carvalho estar confiante na pequena revolução que fizera na preparação da seleção brasileira, alguns trovões incomodavam seu sono. A imprensa despencava diariamente informações sobre a grandiosidade dos adversários e sobre a pequenez da seleção brasileira, sinal de que o “complexo de vira-latas” ainda rondava a delegação.
Didi |
Não havia mais o desleixo com a preparação da equipe como acontecera nas competições anteriores, mas a descrença naquela Copa de 1958 poderia ser amplificada pelo crescimento da visibilidade do futebol. 60 milhões de torcedores brasileiros acompanhavam aquela história por oito milhões de aparelhos de rádio, de acordo com o jornalista Ruy Castro no livro Estrela Solitária – um brasileiro chamado Garrincha. Está certo que 70 países da Europa já podiam seguir as partidas pela televisão, mas em branco e preto e com dois dias de atraso.
Mas ninguém iria se trancafiar no quarto para assistir aos jogos pela tevê dois dias depois, quando o café já teria esfriado. A transmissão ao vivo estava nas vozes dos radialistas. No Brasil, particularmente, estava nos locutores da rádio Nacional, do Rio de Janeiro, campeã de audiência da época.
Geraldo José de Almeida |
A voz de Geraldo Bretas, da Rádio Tupi, de São Paulo, também ganhava volume pela convicção na desconfiança do sucesso da seleção brasileira, a ponto de prometer cair fora da profissão caso um milagre tornasse a equipe brasileira campeã. Tudo aquilo machucava o ouvido dos profissionais que preparavam a seleção.
Não bastasse o fato de a população brasileira guardar na memória os tropeços do passado, a seleção caíra na chave mais complicada da Copa: Áustria, Inglaterra e URSS. As dificuldades cresceriam com o andar dos jogos. Começaria com um time competente, passaria pela equipe que fizera o jogador brasileiro tremer desde o anúncio do grupo e terminaria com o “futebol científico” da URSS.
Apesar dos calafrios, pela bolsa de aposta de Londres, o Brasil estava entre os três favoritos. A bolsa de aposta de Londres, porém, não interferiu no clima embaraçado da seleção brasileira. Segundo depoimento de jogadores da seleção no livro As Melhores Seleções de Todos os Tempos, de Milton Leite, a certeza de uma avalanche de vitórias passava longe dos brasileiros.
Djalma Santos (primeiro à esquerda) |
Djalma Santos: “Nós não estávamos entre as principais seleções, a embaixada brasileira nem mandou alguém nos esperar no aeroporto, porque eles achavam que ia chegar uma turma de bagunceiros, que perderia logo de cara”. Zagallo: “Nos treinos nós percebíamos que a coisa ia caminhar bem, mas chegamos lá como zebras, éramos os peixes fora d’água, até porque caímos no grupo mais difícil da primeira fase”.
Zagallo e as totos de 1958 |
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